Ulysse Nardin

A Ulysse Nardin deixou o seu cunho no mundo da alta relojoaria desde muito cedo, alcançando a fama com a criação de instrumentos do tempo pensados para enfrentar o mundo do mar. Aliás, a âncora do seu logótipo alude claramente a esta vocação marítima. A coleção Marine integra relógios reminiscentes dos antigos cronómetros marítimos. Em termos técnicos, estas peças estão à altura da mais moderna tecnologia do século XXI, integrando componentes antimagnéticas de silício que resistem aos mais fortes campos magnéticos, assim como complicações como função cronográfica que asseguram a sua máxima funcionalidade.

Um dos modelos de destaque na coleção é o Marine Regatta Chronograph, apresentado pela marca em 2017. Trata-se de um cronógrafo de regata para profissionais que conta com uma função de contagem decrescente para a partida das regatas capaz de efetuar contagens decrescentes de 1 a 10 minutos para cronometrar os preciosos minutos antes da largada. Graças a um mecanismo original, depois de acionada a contagem decrescente, o ponteiro dos segundos bidirecional move-se primeiro no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e, quando esta termina, muda de direção iniciando a contagem da regata.

O Freak foi a grande sensação do Salão Internacional de Alta Relojoaria em 2001 por ser o primeiro relógio a integrar componentes fabricados em silício, um material de nova geração que, além de ser extremamente leve, é também duro e antimagnético. Por essa razão, este material é também usado por outras marcas de renome, como a Omega ou a Zenith. Visualmente, o Freak causou também uma pequena revolução no universo da alta relojoaria, apresentando um design ultramoderno e pouco convencional, que prescinde de mostrador, coroa ou ponteiros, sendo que a leitura das horas é feita através do próprio movimento, o acerto da hora através da luneta e a corda é dada mediante o fundo da caixa.

A Ulysse Nardin é uma das marcas mais inovadoras da indústria relojoeira suíça. Comprovou-o mais uma vez quando apresentou o concept watch InnoVision 2 no Salão International da Alta Relojoaria em Genebra. Esta peça do tempo inclui dez tecnologias novas, entre as quais o mecanismo de corda automática com sistema de conversão de energia que permite otimizar a transmissão, designado de Ginder, e ainda o duplo escape de força constante que surge pela primeira vez no InnoVision 2. Este escape permite que a energia seja transmitida de forma constante, garantindo assim uma maior precisão de marcha. A Ulysse Nardin pretende introduzir estas tecnologias na produção em série.

A Ulysse Nardin tem no seu catálogo peças de alta relojoaria extremamente sofisticadas. Os modelos topo de gama oferecem mostradores muito elaborados, turbilhões e inúmeros diamantes a adornar a caixa, a luneta e a bracelete. Estes instrumentos do tempo de exceção custam cerca de 1.000.000 de euros, como novos. Contudo, a marca oferece também modelos mais acessíveis, como é o caso do Marine Chronometer que, em excelente estado de conservação, custa cerca de 3.000 euros. Já as versões novas rondam os 5.000 euros. Um Maxi Marine usado ronda os 3.000 euros, ao passo que um exemplar novo custa, pelo menos, 5.000 euros. Por um valor idêntico, poderá também adquirir um relógio desportivo da coleção Diver, cuja luneta giratória se assemelha à de um relógio de mergulho clássico. Os modelos usados custam cerca de 3.000 euros.

No setor dos relógios vintage é possível encontrar excelentes oportunidades. Por menos de 1.000 euros poderá adquirir um modelo clássico dos anos 60 ou 70. O preço dos cronógrafos vintage e dos relógios de bolso encontra-se entre os 1.000 e os 2.000 euros. Recordamos que um Marine Chronograph da coleção atual custa pelo menos 3.500 euros, em segunda mão, ao passo que um exemplar novo alcança os 8.000 euros.

Em 2001, a Ulysse Nardin surpreendeu o mundo da alta relojoaria com o lançamento do Freak. Além de uma estética completamente inovadora, o relógio incorporava diversos componentes em silício. Hoje, a coleção Freak é uma importante parte do catálogo da marca. Os modelos em segunda mão em ouro amarelo custam cerca de 32.000 euros. Se preferir um relógio de titânio desta linha, conte com uma verba de pelo menos 62.000 euros. As versões como novas em ouro branco começam na casa dos 66.000 euros, enquanto as versões em ouro rosa ascendem aos 92.000 euros.

A coleção Diver propõe inúmeros relógios desportivos estanques até uma profundidade de 200 m (20 bares), dotados de uma luneta giratória para controlar os tempos de mergulho. Com estas características, os Diver cumprem todos os critérios exigidos num relógio de mergulho.

Para quem tem interesse em cronometrar tempos, sugerimos o Diver Chronograph, um modelo que permite medir intervalos de tempo de até 12 horas. A caixa da maioria dos Diver da Ulysse Nardin é fabricada em aço inoxidável ou em ouro de 18 quilates. Contudo, a marca oferece também uma versão que segue as últimas tendências da relojoaria: o Diver Black Sea com uma caixa em aço inoxidável revestida a cauchu preto. Algumas versões são dotadas de ponteiros vermelhos ou azuis, um detalhe que não passa de certeza despercebido. A linha Diver Black Sea propõe também versões de cronógrafo.

Um Ulysse Nardin Diver em segunda mão e em bom estado de conservação custa cerca de 3.000 euros. As versões com revestimento em cauchu preto custam cerca de 4.000 euros. Os relógios novos em aço inoxidável desta coleção rondam os 5.000 euros. Um cronógrafo Diver como novo custa, pelo menos, 8.000 euros. Um cronógrafo em ouro rosa ascende aos 25.000 euros. O preço dos relógios de três ponteiros usados em ouro começa na casa dos 14.000 euros, ao passo que um exemplar como novo custa pelo menos 17.000 euros.

Como o nome da coleção deixa adivinhar, os relógios Executive dirigem-se a executivos e a todos aqueles que apreciam dresswatches modernos. O Executive Dual Time é o companheiro perfeito para os viajantes frequentes. Graças à indicação do segundo fuso horário, este modelo oferece a possibilidade de ler a hora de casa numa pequena janela posicionada às 9 horas. A indicação da data encontra-se às 2 horas.

Uma das características mais interessantes do Executive Dual Time é a sua forma de funcionamento: através de dois botões situados no flanco esquerdo da caixa, é possível ajustar o ponteiro das horas em incrementos ou reduções de uma hora. Desta forma, é extremamente fácil e cómodo acertar a hora local. A Ulysse Nardin oferece este modelo em versões masculinas e femininas. O preço dos modelos masculinos ronda os 3.500 euros no mercado de segunda mão, ao passo que os modelos como novos alcançam os 6.200 euros. Os relógios de senhora são adornados de diamantes e, por conseguinte, o seu preço ascende aos 7.600 euros.

O Ulysse Nardin Executive Moonstruck é o modelo topo de gama desta linha e oferece uma indicação das fases da lua e das correntes marítimas, cuja precisão se mantém durante 100.000 anos. Esta peça pode ser encontrada usada e em bom estado de conservação por cerca de 38.000 euros. As versões como novas em ouro rondam os 70.000 euros e as versões de platina alcançam os 95.000 euros.

Se é um apreciador de relógios esqueletizados, sugerimos que dê uma vista de olhos no Ulysse Nardin Executive Skeleton Tourbillon. Ao contrário de muitos relógios que apenas oferecem um mostrador esqueletizado, o Executive Skeleton Tourbillon também apresenta um movimento esqueletizado. Além disso, graças ao calibre UN-171, este relógio conta com uma impressionante reserva de marcha de 170 horas, ou seja, mais de 7 dias. A construção do turbilhão prescinde de pontes e, por conseguinte, é possível admirá-lo suspenso às 6 horas. O preço de um exemplar novo assente numa caixa de titânio de 45 mm começa nos 26.000 euros.

Na longa história da Ulysse Nardin, destaca-se uma invulgar proeza: a marca conquistou um lugar no livro do Guinness com a sua emblemática coleção "Trilogia do Tempo". Esta extraordinária coleção é composta pelos relógios Astrolabium de 1985, Planetarium Copernicus de 1988 e Tellurium Johannes Kepler de 1992. As peças foram concebidas por Ludwig Oechslin que, além de ser um brilhante cientista e inventor, era também um extraordinário relojoeiro. Por incrível que pareça, para realizar os cálculos dos complexos mecanismos relojoeiros, Oechslin socorreu-se apenas de uma calculadora da Texas Instruments. O Astrolabium era, na altura, o relógio de pulso mais complicado de todos os tempos. Com 21 complicações, indicava a posição do sol, as órbitas, os eclipses do sol e da lua, a posição das estrelas mais importantes a qualquer hora do dia, o nascer e o pôr-do-sol, o amanhecer e o entardecer, as fases da lua, o nascer e o pôr da lua, o mês e o dia da semana. Um verdadeiro prodígio relojoeiro, este relógio era tão preciso que apresentava um desvio de apenas um dia em 144.000 anos. O preço desta peça ronda os 22.000 euros.

O Planetarium de 1988 não lhe ficava atrás em termos de complexidade, um relógio astronómico cujo preço ronda atualmente os 20.000 euros. A par das horas, esta peça indica a posição dos cinco planetas, Mercúrio, Marte, Júpiter e Saturno, em relação à Terra e ao Sol. O Tellurium Johannes Kepler, cujo nome homenageia o astrónomo alemão responsável pela definição de três leis fundamentais sobre o movimento dos planetas, informava os eclipses solares e lunares. Mais ainda, o relógio de pulso exibia a rotação da Terra, na sua real forma geográfica vista a partir do Polo Norte, com uma mola flexível que se estendia do Trópico de Câncer ao Trópico de Capricórnio para revelar a parte da Terra que se encontra iluminada pelo Sol e indicar o tempo e o local do nascer e do pôr-do-sol. Esta peça custa cerca de 70.000 euros, em bom estado de conservação.

Este triunvirato de relógios foi uma espécie de renaissance para a manufactura, dado que a severa crise do quartzo, que quase dizimou a indústria relojoeira suíça, atingira também gravemente a empresa tradicional que, em 1983, esteve quase à beira da falência. O empresário Rolf Schnyder e os irmãos Balthasar e Dieter Meier, este último, músico da banda suíça Yello, compraram nesse mesmo ano a empresa, recuperando a sua liquidez.

Em 1846, com apenas 23 anos de idade, Ulysse Nardin fundou a marca com o mesmo nome. Nardin iniciou-se na relojoaria por meio do seu pai, Léonard-Frédéric Nardin, e aperfeiçoou as suas habilidades sob a tutela de Frédéric-William Dubois e Louis Bressel, dois mestres relojoeiros cuja fama se estendia além das montanhas de Neuchâtel, na Suíça. Depois da morte de Ulysse Nardin, o seu filho, Paul-David, assumiu a direção da empresa. Em 2014, a Ulysse Nardin foi adquirida pela empresa de luxo Kering, à qual pertence também marcas como a Brioni, a Gucci e a Bottega Veneta.