Relógios de mergulho

5 características dos relógios de mergulho

• Estanques até aos 200 m (20 bares)
• Luneta rotativa unidirecional
• Ponteiros e índices luminosos fáceis de ler mesmo debaixo de água
• Função de controlo, por ex., ponteiro dos segundos luminescente
• Bracelete capaz de resistir a uma carga de 40 kg durante 1 minuto

Estanquidade garantida até pelo menos 200 m de profundidade

Inicialmente, os relógios de mergulho eram instrumentos especiais para mergulhadores profissionais. Contudo, com o passar dos anos, acabaram por se tornar num artigo quase quotidiano. A funcionalidade, a técnica e a estanquidade são as principais características a favor deste tipo de relógio. Para ser considerado um relógio de mergulho, contudo, tem de obedecer a todas as normas ISO 6425 para os relógios concebidos para este propósito. A estanquidade de pelo menos 200 m (20 bares) é um requisito mínimo.

Para resistir à água, o fundo da caixa e a coroa dos relógios de mergulho possuem um sistema de rosca que permite aparafusar estas peças à caixa. Os cronógrafos dispõem de botões aparafusados. A par dos vedantes de borracha, os componentes aparafusados asseguram que o relógio se mantenha hermeticamente fechado.

Alguns relógios de mergulho possuem também uma válvula de hélio que é necessária para o mergulho de saturação. O hélio pode escapar através desta válvula, que de contrário poderia danificar o relógio.

Obrigatória é também a presença de uma luneta rotativa unidirecional dotada de uma escala de 60 minutos, com graduações de 5 minutos bem visíveis.

Esta é essencial, dado que um relógio de mergulho não serve apenas para saber que horas são, mas também para controlar os tempos de mergulho. A luneta só pode ser rodada no sentido oposto ao dos ponteiros do relógio para garantir que o mergulhador nunca altere o tempo de mergulho.

A segurança é um aspeto muito importante na conceção deste tipo de relógios. Os relógios de mergulho devem ser perfeitamente legíveis debaixo de água em condições de pouca luz ou na total obscuridade do oceano, pelo que são dotados de ponteiros e índices luminescentes. Muitos contam também com um ponteiro dos segundos revestido a massa luminescente, que serve como indicador de funcionamento, ou seja, permite verificar se o relógio está a funcionar corretamente, mesmo no escuro. Outros aspetos exigidos pelas normas prendem-se com a resistência aos choques, o grau de sensibilidade às mudanças de temperatura e a resistência antimagnética. No total, são mais de 20 critérios a que o relógio deve obedecer para poder ser considerado de mergulho.

Quanto custam os relógios de mergulho?

Os relógios de mergulho mais populares e os seus preços

Se pretende adquirir um relógio de mergulho, existem inúmeras opções no mercado. Quase todas as marcas relojoeiras incluem no seu catálogo modelos vocacionados para o mergulho.

Não é fácil dizer qual é o melhor relógio de mergulho do mercado. Contudo, o Rolex Submariner é, sem dúvida, o mais conhecido. Este relógio é, simultaneamente, um símbolo de estatuto social e um excelente investimento. Este modelo está disponível com ou sem indicação da data – designado respetivamente de "Date" ou "No Date" – e em aço inoxidável, ouro branco, ouro amarelo ou numa variante bicolor. Dependendo da versão, os preços variam entre os 6.000 e os 25.000 euros. Os modelos vintage dos anos 50 e início dos anos 60 podem alcançar preços na ordem dos 79.000 euros.

O Fifty Fathoms da Blancpain goza de uma excelente reputação entre os mergulhadores profissionais, embora a sua fama não alcance as mesmas dimensões do Rolex Submariner.

É considerado o primeiro relógio de mergulho do mundo, porque não só era à prova de água, como também foi desenvolvido especificamente para as necessidades dos mergulhadores. Nesta linha de mergulho, a Blancpain oferece uma vasta seleção de modelos. O preço dos modelos essenciais de três ponteiros em aço inoxidável começa a partir de 4.000 euros. Já os cronógrafos em ouro rondam os 23.000 euros.

O Seamaster da Omega e o Superocean da Breitling são também modelos que fascinam os amantes da relojoaria há mais de 60 anos.

Ambos estão disponíveis numa grande seleção de modelos, cujos preços variam bastante. Os modelos básicos custam cerca de 1.000 euros, ao passo que as versões em ouro ou platina alcançam os 30.000 euros.

As melhores alternativas da Alemanha, Itália e Japão

Os relógios de mergulho não se fabricam apenas na Suíça: os modelos do fabricante alemão Sinn gozam de excelente reputação. Os relógios fabricados em aço de submarinos da coleção U são muito populares entre os mergulhadores profissionais e relativamente baratos, com preços entre os 1.690 euros e os 2.900 euros.

O mesmo se aplica à tradicional marca japonesa Seiko. A coleção Prospex oferece inúmeros relógios de mergulho robustos com uma excelente relação qualidade-preço. Alguns modelos custam menos de 500 euros, mas os relógios mais tecnológicos como o Spring Drive da Seiko também podem custar mais de 3.000 euros.

O Luminor da marca relojoeira italiana Panerai goza de um estatuto de culto. A marca florentina desenvolve relógios especificamente para o mergulho profissional desde a década de 1930. Este modelo é imediatamente reconhecível pela sua inconfundível caixa em forma de almofada e a estrutura protetora da coroa, que saltam claramente à vista. Inicialmente, o seu uso era reservado exclusivamente à marinha italiana, contudo, acabaram por ser comercializados para o público em geral. O verdadeiro relógio de mergulho da família Panerai é o Luminor Submersible, pois é o único que conta com uma luneta de mergulho. Todos os outros relógios desta linha prescindem desta função. O preço de um Luminor encontra-se entre os 5.000 e os 6.000 euros.

O que significa estanquidade em relógios de mergulho?

A absoluta estanquidade não é apenas um luxo: se para nós a água é um elemento essencial à vida, para um relógio esta pode significar o fim. Se a humidade se infiltrar na caixa, o risco de o mecanismo ficar danificado é quase certo. A água elimina a lubrificação e conduz à corrosão das peças nos relógios mecânicos. Os relógios com movimento de quartzo são alimentados a pilhas ou células solares e são igualmente sensíveis à água. Se os seus componentes eletrónicos entrarem em contacto com esta, deixam de funcionar.

A estanquidade de um relógio de mergulho, que costuma ser indicada em metros, pode levar a mal-entendidos. Esta indicação corresponde à pressão que um relógio pode suportar à profundidade especificada. Um relógio estanque até aos 30 m pode suportar uma pressão de 3 bares, pelo que não deverá expô-lo a mais do que alguns salpicos de água ou a chuva ligeira. Mesmo quando lavar as mãos, deverá ter cuidado, porque com o jato de uma torneira bem aberta, a pressão pode ser de mais de 3 bares. O mesmo se aplica a atividades como a natação, esqui aquático, surf ou rafting. Para praticar estes desportos aquáticos, o seu relógio deverá ser estanque até pelo menos 100 metros ou 10 bares.

Os relógios de mergulho precisam de manutenção regular. Sobretudo, os exemplares comprados em segunda mão em que não existe garantia de ainda serem estanques. Muito embora com o advento dos computadores de mergulho a maior parte dos mergulhadores tenha passado a usar os relógios mecânicos apenas para casos de emergência, continua a ser fundamental garantir que estes se encontram em perfeito estado de funcionamento.

A história dos relógios de mergulho

Qual foi o primeiro relógio de mergulho na história da relojoaria? Para esta difícil pergunta, existem várias respostas. Em 1926, a Rolex patenteou o primeiro sistema de hermeticidade, baseado na caixa monobloco, acompanhada de coroa de rosca (a chamada caixa Oyster). A absoluta estanquidade do Rolex Oyster foi comprovada em mar aberto, quando a britânica Mercedes Gleitze tentou atravessar o Canal da Mancha a nado em 1927. A publicidade deste evento catapultou este modelo para a fama, que ficou conhecido por ser o primeiro relógio à prova de água da história.

O primeiro relógio especificamente concebido para permanecer longos períodos de tempo debaixo de água foi o Omega Marine. A caixa quadrada deste instrumento compunha-se de duas partes de diferente tamanho que podiam ser separadas. Esta arquitetura de caixa dupla permitia que o relógio fosse capaz de resistir melhor à pressão da água. Em 1937, o Omega Marine adquiriu o primeiro certificado de estanquidade garantida até 135 m de profundidade.

As décadas de 50 e 60 viram o aperfeiçoamento dos relógios, surgindo assim os primeiros modelos de mergulho estanques até uma profundidade de 200 m. Em 1953, são lançados os icónicos Rolex Submariner e Blancpain Fifty Fathoms. Tanto a construção como a estética destes modelos acabariam por determinar os códigos dos relógios de mergulho que conhecemos atualmente. Ambos eram dotados de uma luneta giratória unidirecional para controlar os tempos de imersão. Não se sabe ao certo qual dos dois modelos foi o primeiro relógio de mergulho da era moderna e, até à data, esta continua a ser uma questão revestida de polémica. Pouco depois, surgiriam no mercado outros modelos equipados para conquistar o universo submarino: o Breitling Superocean e o Seamaster 300 da Omega.

A procura de relógios de mergulho começou com o desenvolvimento do mergulho profundo em instalações petrolíferas offshore. A marinha também requeria relógios à prova de água para os seus mergulhadores militares. Anos mais tarde, os relógios de mergulho tornaram-se um instrumento essencial para mergulhadores amadores, um desporto recreativo cada vez mais apreciado. Atualmente, os relógios de mergulho fazem parte da categoria dos relógios desportivos e são um símbolo de prestígio, tornando-se uma peça de colecionador muito desejável.